Como sinal de que decaiu a valorização da vida contemplativa, os eruditos de agora competem com os homens ativos numa espécie de fruição precipitada, de modo que parecem valorizar mais esse modo de fruir do que aquele que realmente lhes convém e que de fato é um prazer bem maior. Os eruditos se envergonham do ócio. Mas há algo de nobre no ócio e no lazer.Se o ócio é realmente o começo de todos os " vícios", então ao menos está bem próximo de todas as virtudes. O ocioso é sempre um homem melhor do que o ativo. Mas... não pensem que, ao falar de ócio e lazer, estou me referindo a "vocês" preguiçosos.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Retrocedendo, mas não ficando pra tráz
Quem hoje ainda começa o seu desenvolvimento com sentimentos religiosos e depois continua, talvez por muito tempo, a viver na metafísica e na arte, recuou certamente um bom pedaço e assim inicia a disputa com os homens modernos. Em condições desfavoráveis aparentemente ele perde "tempo e terreno".Mas por haver se detido em regiões onde o calor e a energia são desencadeados, e onde continuamente o poder flui de fonte inesgotável, como uma torrente vulcânica, ao deixar no momento certo essas regiões ele avança mais rapidamente, seu pé adquire asas... seu peito aprende a respirar de maneira mais calma... mais profunda e constante.Ele apenas recuou para ter terreno bastante para seu salto: então pode até haver algo de terrível e de ameaçador, nesse recuo.
FRIEDRICH NIETZSCHE
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